TENHA FOCO. E NÃO TENHA

Uma das características mais importantes para um bom Líder é o foco - aquela rara habilidade de conseguir concentrar todas as suas energias em apenas um assunto, em um único problema.
Resolver problemas, entretanto, requer também imaginação e criatividade, qualidades de uma mente capaz de fazer analogias originais, fugir do tradicional, extrapolar o convencional. Ou seja, situações nas quais recorre-se ao pensamento divergente, fora de foco.

As afirmações anteriores parecem fora de sintonia, contradizendo-se uma à outra. E, de fato, elas estão. Assim como em uma série de outras situações, o que funciona em um caso pode não ser o ideal em outro bem parecido. No caso do foco, funciona mais ou menos assim:
Em muitas ocasiões encontramos as soluções através do raciocínio analítico, que divide o problema em partes e busca as respostas dentro daquilo que já conhecemos. Arrisco-me a dizer, inclusive, que isto é válido na maioria dos casos - para os quais o foco é necessário.
Em outras ocasiões, no entanto, as associações imediatas não funcionam. Precisamos, então, recorrer a outras ferramentas, capazes de utilizar nosso repertório de outra forma, combinando o conhecimento acumulado de um jeito jamais tentado.
Quando as soluções normais falham, apelamos às anormais - que só são anormais porque ainda não foram encontradas, muito menos testadas. É aí que a mente precisa divergir, livrando-se do foco. E, para isso, a primeira coisa a fazer é relaxar.
Por fim, devemos sempre nos lembrar que uma mesma situação pode ser encarada de várias formas distintas - algumas delas antagônicas. Isto acontece o tempo todo. "Devo agir com energia ou suavemente? Devo ser arrojado ou conservador?"
Ser bom em cada uma destas características não basta, assim como nem sempre o ideal é ter equilíbrio, buscando o meio termo. O talento reside, muitas vezes, em escolher a ferramenta adequada à cada situação. Às vezes isto é mais importante do que saber usar a tal ferramenta com maestria.