2. Respeite as regras: no filme, Lincoln resiste a dar dinheiro aos congressistas do partido Democrata, mas aceita dar empregos
para que eles votem a favor da emenda abolicionista. Um presidente (ou
ex-presidente) pode até sobreviver a um escândalo como esses. Mas uma
atitude destas pode significar a morte de uma empresa.
3. Cuidado para não virar um ditador: símbolo da recém-conquistada
democracia nos EUA, Lincoln chega a ser apontado como um ditador por
insistir na luta pela abolição, enquanto adia o fim da guerra, o que
implica um número maior de morte de civis. Reis compara Lincoln com o
personagem do Mito da Caverna, de Platão. Na parábola, os homens moram
em uma caverna e só conhecem o mundo por sombras. Um dos acorrentados
foge, vê as coisas como elas são e volta para contar, mas acaba morto
por seus companheiros. “Todo indivíduo que se sobressai na sociedade tem
de fazer uma escolha. Geralmente ele escolhe algo que ninguém vê. E daí
tem que dizer a que veio. O líder não pode ficar em cima do muro. Tem
que escolher um lado e pular.”
4. Tenha visão e comprometa-se: em uma coisa os especialistas são
unânimes. Lincoln é considerado um líder visionário e comprometido. Para
Eliana Dutra, diretora executiva da Pro-Fit Coaching, ele tinha a
capacidade de criar uma visão inspiradora e de explicar suas decisões
com base racional, cobrindo tudo com um molho de humanidade. “Um líder
paupável, mais próximo ao interlocutor.” Na opinião de Homero Reis,
Lincoln era capaz de estar comprometido com as questões de seu tempo,
sabia cultivar sua rede de relacionamento e tinha bom humor. “Dentro das
organizações, esses são os líderes mais valiosos.”
5. Delegue: ele deixa espaço para sua equipe ir a campo. Mostra
confiança, oferece segurança, monitora e intercede se necessário. O
acordo com os democratas é todo feito pelo secretário de Estado e sua
equipe.
6. Oriente. Sempre: além de delegar, o ex-presidente se reúne
frequentemente com os liderados para averiguar resultados alcançados e
mostrar o caminho para atingir a meta.
7. Compartilhe o poder: Lincoln incentivava sua equipe a assumir
responsabilidades, gerando maturidade profissional. “Isso dá segurança e
capacidade de resolução de problemas, mesmo diante de situações
críticas”, diz Van.
8. Recheie seu discurso com empatia: grande parte do poder de oratória
de Lincoln está no fato de ele conseguir mapear o interlocutor e, por
meio de suas histórias, criar um link emocional (ou racional) com ele.
Um bom exemplo é a cena em que Lincoln conversa com um operador de
telégrafo. Primeiro ele pergunta sua profissão. Ao saber que o
personagem havia se formado em engenharia, cita uma teoria de Euclides
para falar sobre igualdade.
9. Foque na solução: todas as probabilidades estavam contra Lincoln. O
ex-presidente não tinha o apoio do Congresso para a aprovação da emenda
abolicionista, a guerra (seu maior argumento para acabar com a
escravidão) estava para acabar e a maioria da população norteamericana
não queria o fim da escravatura. Em vez de se sentir paralisado pelas
dificuldades, o ex-presidente gastava sua energia encontrando soluções
para cada uma dessas questões.
10. Cuide do seu equilíbrio emocional: apesar se ser um líder querido,
Lincoln foi questionado por muitos de seus liderados. A primeira reação
de qualquer ser humano frente a uma crítica é sentir raiva. “Quando você
tem uma visão muito firme, o primeiro impulso é querer impor. ‘Como
assim vocês não estão enxergando?’ Ele percebe que se não entrasse no
mundo das pessoas e entendesse como elas pensavam, não conseguiria
adesão. As pessoas pecam na falta desse equilíbrio emocional”, diz Van.
11. Vença sua batalha interna: administrar os republicanos, conquistar o
voto dos democratas, convencer seus liderados sobre seus ideais e ainda
lidar com os dramas familiares, definitivamente, não é para os fracos.
Todo líder passa por esse dilema. Os bons líderes conseguem gerenciar
todas essas questões ao mesmo tempo, sem cair na insegurança – o que
acaba levando a decisões equivocadas.
13. Não seja ingênuo: mesmo o mais querido líder das corporações nunca
será uma unanimidade. Mas, no fim do dia, ele precisa ter mais
seguidores que inimigos. Para tanto, use e abuse da diplomacia. “Há
sempre o risco da demissão ou de ser colocado de lado. É um jogo, no
qual é preciso medir as consequências. Os inimigos que não vão gostar do
resultado são maiores ou menores que os beneficiados?”, questiona Van.
Reis completa: “todos nós temos pessoas que jogam contra. Todos nós
temos pessoas que nos seguem. É preciso conviver com isso com
sabedoria.” Já para Eliana, ter mais seguidores que inimigos é
fundamental para a sobrevivência do executivo. “O líder que não tem
seguidores é só um sujeito dando um passeio.”
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