domingo, 15 de janeiro de 2017

"VADA A BORDO CAZZO" - O abandono da liderança numa loja do varejo e as lições que podemos tirar.



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Dias atrás estive num hipermercado de minha cidade e me deparei com um verdadeiro "barco a deriva". Uma multinacional naufragando claramente e sem sinal que a liderança está fazendo algo para que a situação se reverta. Pessoas como eu que vivem do varejo e sempre vão atrás de novidades, mudanças, modos de pensar o negócio diferente, se horroriza ao se deparar com uma empresa tão grande, que emprega e dá sustento para centenas de famílias e ajuda na economia local deixar que uma situação assim aconteça. 

Essa mesma empresa tem fama de fechar lojas muito rapidamente da noite para o dia por não estarem dando o lucro esperado. Isso é fácil, império bilionário que são, fecham e deixam para trás dezenas de desempregados que não tiveram culpa (ou total culpa) da incompetência de seus gestores. O difícil é encarar o negócio e ter coragem de colocar em ação um plano de reversão para que essa mesma unidade volte para as luzes. E se continuarem dessa forma logo todas não estarão dando lucros e o processo é irreversível. Dessa visita ao lado negro do varejo - aquele que acha que a inércia é uma grande bússola e os clientes cairão do céu, ficam 4 lições para os gestores do varejo nunca esquecerem e que em algumas lojas já foi esquecido há tempos:

1. Faça o cliente ter uma boa experiência de compra:

Um antigo segredo do varejo, que é tão simples quanto difícil de conseguir: faça o cliente sair mais feliz do que entrou. Faça ele ter uma experiência que marque sua loja e o distingue dos demais. Um estacionamento limpo, sem carrinhos espalhados nas vagas, prateleiras com preços, iluminação e som ambiente agradável, funcionários nos setores que o cliente vai precisar de antedimento imediato, corredores limpos e desobstruídos, uma  disposição de produtos que não o faça se sentir num labirinto de filme, onde ele acaba é desesperadamente procurando a saída. Simples, básico, mas que é aquilo que o consumidor procura e muitas vezes não acha. 

2. As oportunidades de liderança estão em todas as partes

Quem é o líder de seu negócio? Ele consegue passar a visão compartilhada para todos os colaboradores? Ele tem a coragem de desafiar o processo e não deixar o barco afundar? Essas são questões importantes, mas alem delas é deixar aflorar e desenvolver novas lideranças por todo seu ambiente. qual o líder do "setor de eletrodomésticos" aquele que vai ajudar a propagar boas práticas e deixar o resto dos companheiros ligados no negócio? eles devem existir para que não tenhamos setores desconexos dentro da unidade e que o entusiasmo pelo resultado aconteça com todos os colaboradores (no meu exemplo da visita ao hipermercado fui até um setor da loja, esperei 15 minutos e ninguém apareceu. Perguntei para a caixa sobre o atendimento no setor e a mesma me disse que o "rapaz" tinha faltado e se queria que chamasse um supervisor. Sim, eu disse. Mas, como já previa,  após mais 10 minutos o supervisor também havia sumido). Um conjunto claro de valores e lideranças orienta as ações diárias das equipes. Um desses valores, por exemplo é colocar-se no lugar do outro, seja colega ou cliente. A questão aqui é: tenha lideres espalhados pelo seu negócio e como uma pedra lançada ao rio veja a mensagem se irradiar. E quem não quiser que pule, ou seja retirado do barco.

3. Decida ou alguém decidirá por você. 

O ex presidente americano Ronald Reagan contou uma história de sua infância em suas memórias que é bastante útil sobre o poder da decisão rápida. Conta ele que ao visitar uma abastada tia rica nos anos 30 em uma cidade do anterior ela resolveu o presentear com um sapato da mais alta qualidade da região. Ao irem até o  renomado sapateiro o mesmo perguntou se Ronald iria querer o sapato com ponta fina ou quadrada para confecção. Ele não fazia ideia de qual escolher, disse que iria pensar um pouco e voltaria ate o sapateiro. Eis que os dias iam passando e ele sempre pedindo mais tempo para pensar. Quase tendo de voltar de suas férias e passado vários dias sem a decisão, o menino recebe a caixa com o par de sapatos. Ao abrir a surpresa: cada pé com um tipo de bico - um fino e um quadrado. E o lembrete anexo: tome decisões importante rápidas, pois senão alguém vai tomar por você. No dia a dia de uma grande rede de varejo decisões devem ser tomadas e todas elas devem envolver práticas e soluções que mantenha o cliente cada vez mais querendo comprar de você. Não espere alguém "de cima" dizer como deve ser suas disposições de produto por exemplo, monte a loja com aquilo que o cliente quer e procura, o surpreenda também com novidades. Faça acontecer dia a dia e que todos a sua volta vejam e entendam que suas decisões é em prol de uma única situação: o cliente. E elas devem ser rápidas. 

4. Capacite todos os seus colaboradores para agir.

Um negócio é feito de dois pilares pilares: produtos e pessoas. Esqueça o segundo que o primeiro não sairá da gôndola. Da minha experiencia recente o que mais me incomodou foi a tristeza no semblante dos colaboradores. Não há mais alma, não há mais vida, pois as lideranças abandonaram todos a própria sorte. Dentro do seu negócio e de sua gestão diária crie um clima de confiança, facilite os relacionamentos. A confiança é o elemento mais fundamental de uma equipe vencedora. As pessoas devem ser estimuladas a inovar e dar ideias para a melhor experiência do cliente. Quando as lideranças criam uma visão compartilhada os colaboradores passam a querer um ambiente melhor, mais acolhedor, pois sente que tem uma missão em conjunto. E para finalizar, encontre sempre esses gestores que não deixem uma loja e seus colaboradores com um aspecto de walking dead, abandonada e com batedores de cartão que vão ser os primeiros a difamar sua própria organização. Ache pessoas que mostre quem você é e no que acredita, que admita enganos, reconhece a necessidade de capacitar as equipes, ouça o que os clientes estão dizendo e partilha informações não de forma negativa mas em prol da melhoria constante do negócio. 




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