terça-feira, 10 de maio de 2011

CARTA DE DESABAFO...


A vida nada mais é que uma composição de instantes….Uma ligação despretenciosa, em uma tarde qualquer, convidando para fazer alguma coisa qualquer; uma conversa a caminho de algum lugar – aquele mesmo lugar de todos os dias; um bilhete; uma mensagem pela manhã no celular; um beijo, aquele sincero “eu te amo” ao final de uma ligação. São esses instantes, esses olhares, esses abraços, esses inspirar e expirar, que nos aproximaram, de alguma forma e em algum instante. É isso que compõe o que chamamos de vida. Mas, infelizmente, esses intantes têm sido cada vez mais raros.
A vida adulta nos joga nesse louco cotidiano. Estamos sempre em busca de algo. Em busca de quê? Ainda não descobri. Cada vez mais “não terei tempo” para fazer alguma coisa com você. Cada vez mais, “estou atolado de coisas”. Cada vez mais, o tempo, esse louco girar de duas hastes em torno de doze números, me prende. Em busca de quê? Chegarei ao final desse longo respirar e o que terei feito? Corrido.
Mas se viver é justamente esses instantes, o que estamos fazendo senão apenas correr? Pra quê? Por quê? Onde queremos chegar? É preciso desacelerar. Em uma conversa qualquer, nestes dias, poucas horas antes de vir embora, me perguntaram: e por que vocês correm tanto? Desde então tenho pensado cada vez mais nisso. É preciso as vezes "desacelerar". Não estou falando em deixar a vida parada, sem ação, estou falando em viver melhor, viver com mais profundidade, viver com tempo para as pessoas, que são o que realmente importam.
Daqui para a frente, vou deixar as hastes que marcam o tempo de lado para ter mais tempo. Sentir esses instantes. Vou deixar o rio da vida me levar, vou boiar em ideias malucas de conversar noturnas. Vou sentir mais sabores. Vou deixar minha vida mais instatanêa. Vou deixá-la mais leve, mais suave, mais despreocupada. O passado já passou. O futuro, nem quero pensar nele. Quero o presente. E se eu começar a encanar, você pode me ajudar a desencanar.
Que possamos aproveitar cada momento cada vez mais.

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