Isso é mais comum do que se possa pensar. O ser humano tem uma tendência natural de não aceitar interferências em seu “território”. Difícil perceber e controlar. Uma simples mudança traz o medo de comprometer a execução das demais tarefas, de colocar a eficiência em risco e, o mais comum, aumentar o trabalho. Uma pequena mudança para essas pessoas já é motivo de baixo desempenho, problemas de relacionamento, irritabilidade, infelicidade, distanciamento de uma possível promoção e, como conseqüência disso tudo, uma demissão ou pedido de demissão.
A forma com que cumprimos nossa rotina sabendo que do outro lado têm pessoas que compõem suas novidades e suas próprias rotinas através da nossa, faz toda a diferença.
No caso de Fulanésia, aeromoça em uma grande empresa de aviação, que está sempre cumprindo aquela mesma rotina de ensinar como usar o cinto, indicar as portas de emergência e de falar aquela inutilidade sobre os assentos que flutuarão no caso do avião se espatifar; está tão mergulhada na rotina que não percebe a novidade aos olhos daquele passageiro que voa pela primeira vez. A rotina dela cruzou com a novidade dele. Mas, o que ficou realmente, foi que ele percebeu que ela não é feliz no que faz, não acredita no que diz e não inspira confiança. Talvez se ela acrescentasse um simples diferencial, um sorriso que fosse, ele a veria de uma forma diferente, até acreditaria que o assento flutuante agora lhe passa toda a segurança que ele esperava.
A rotina pode ser altamente prejudicial para você no que diz respeito ao seu cérebro: Especialistas recomendam que, no que for possível, mude o caminho para o trabalho, a forma de executar suas tarefas e a sequência dessas tarefas. Isso ajuda, e muito, no desenvolvimento e manutenção do seu cérebro, melhorando a concentração, memória e a capacidade de raciocínio com o aumento da criatividade. No que diz respeito à empresa: Hoje há uma grande necessidade de inovação nos mais diferentes mercados. Pessoas que lidam bem com conflitos se permitem desenvolver novas idéias, impulsionam seus setores e extraem possibilidades de crescimento por menor que essa idéia possa ser. As empresas não preservam mais essas limitações, elas buscam profissionais abertos às mudanças, receptivos a desafios e dispostos a ser diferentes da maioria que se acomoda numa função e substitui a defesa desta, por uma defesa pessoal.
Essa é uma grande realidade. A defesa não é pela função, é pessoal, é territorial. A dificuldade na aceitação das mudanças é devido à “ameaça” que elas representam e isso vem automaticamente antes de qualquer outro motivo. Se isso não faz parte de você, ótimo! Mas muitas pessoas são resistentes a isso e saber lidar com elas pode favorecer muito as atividades da empresa.
Sempre ouvimos que rotinas prejudicam casamentos, trabalhos, amizades e tudo o que ela domina. Mas há duas verdades sobre a rotina: A primeira é que muitas pessoas a desprezam e outras não têm forças para sair dela devido à passividade. A segunda verdade é que a rotina nem sempre é prejudicial. Há funções em que a rotina deve ser obedecida pela funcionalidade e pela segurança de processos, informações e de integridade. O simples fato de reconhecê-la já pode ser um diferencial que irá ajudar na execução e na forma de enxergá-la. Ela nunca deverá ser vista como uma prisão ou como um engessamento, mas como uma etapa cuja abertura ao novo lhe é proporcionada.
O bom é que você pode, usando o bom senso, acrescentar ou retirar partes que compõem sua rotina. Mas esteja à disposição para novos sabores, novos conceitos, mudanças. Isso é grande parte do nosso crescimento profissional e pessoal. Aceite mudanças e diga “sim” à sua evolução.
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