Qualquer ser humano pode ser classificado numa destas três categorias: otimista, pessimista ou realista. Em qual das três você acha que se enquadra? O otimista é a pessoa que, diante de uma situação sobre a qual não tem todos os dados (eem que precisa, portanto, fazer uma avaliação em condição de incerteza), enxerga predominantemente os aspectos positivos do quadro à sua frente, tendendo a esperar um desfecho feliz. O pessimista, ao contrário, perante as mesmas circunstâncias, tende a ver muito mais os aspectos negativos do que os positivos da situação, acreditando que o que resultará daquilo não é nada bom.
Um indivíduo realista, finalmente, reconhece que não tem informações suficientes para uma avaliação mais objetiva do que está acontecendo e sai em busca de esclarecimentos. Tendo obtido esclarecimentos ou não, de qualquer modo ele tende a pesar as probabilidades, sem esperar a priori por um resultado favorável ou desfavorável.
Das três categorias, certamente é o realista quem mais despende esforços físicos e mentais diante da situação, pois sua posição pessoal a respeito dela é sempre provisória, podendo mudar conforme as novas informações que consiga colher. Já os indivíduos classificáveis nas outras duas categorias tendem a decidir e a agir muito mais apoiados em suas predefinidas orientações emocionais do que na racionalidade: sua visão sobre a situação que se apresenta já contém os efeitos prévios de um mecanismo mental altamente seletivo, que os leva de imediato à exclusão de certa categoria de atributos da situação (a exclusão das vantagens, no caso dos pessimistas e a exclusão das desvantagens, no caso dos otimistas) e à magnificação da categoria oposta.Bem, e então? Você está mais para pessimista, otimista ou realista? Para refletir sobre isso, faça o teste a seguir:
1. Você está em casa, à espera de um ente querido (mãe, pai, filho, marido, esposa) que
já deveria ter chegado, mas ainda não deu notícias. Qual é o primeiro pensamento que lhe
vem à mente?
(a) Meu Deus, será que aconteceu alguma coisa?
(b) Deixe-me pensar no que pode estar causando esse atraso…
(c) Mas veja só! Nem liga para o horário, não?
2. Seu telefone celular toca, você olha no mostrador e é um número desconhecido. Que
interjeição você tem tendência a emitir a respeito?
(a) Ih!!!
(b) Hmmm…
(c) Ué!
3. Seu chefe está chamando você para ir à sala dele imediatamente. Qual destas
exclamações mais se parece com a que você emite ao saber disso?
(a) Danou-se!
(b) (nenhuma exclamação)
(c) Legal!
4. Qual destas três listas incluem palavras mais frequentes em seu vocabulário?
(a) problema – crise – dificuldade – esforço – atrapalhação
(b) fato – ponderação – possibilidade – evidência – cálculo
(c) oportunidade – facilidade – tranquilidade – sucesso – sorte
5. Você está subindo a escada para o andar de cima no shopping center (a escada
rolante está parada) e um sujeito desce correndo, dando-lhe um esbarrão e quase o
derrubando. Sua primeira reação é:
(a) reagir com um palavrão
(b) tentar entender essa pressa toda do tal sujeito
(c) esperar dele um pedido de desculpas
Se escolheu a opção (a) na maioria das questões anteriores, você tem tendência principalmente ao pessimismo; se escolheu na maioria a opção (b), sua tendência é para o realismo; e, se escolheu principalmente a opção (c), você tende a ser uma pessoa otimista.
Em que tipos de situações nossa tendência ao pessimismo, otimismo ou realismo tende a aparecer com maior nitidez? Provavelmente, isso acontece em situações de não decisão, quando nos vemos frente a frente com situações que não escolhemos e que não temos alternativa a não ser encarar.
Em tais situações, simplesmente não há como tomarmos alguma decisão, e qualquer coisa diferente que pensemos em fazer logo parecerá estapafúrdia ou irrelevante. Tais situações podem apresentar três níveis de gravidade: quando são de nível 1 (o menos grave), elas nos trazem incômodo, mas logo passam (por exemplo: “Detesto ter de fazer esta viagem agora, mas não tenho como evitá-la.”). Quando de nível 2, elas representam ameaças importantes para nossa estabilidade e costumam deixar sequelas emocionais depois de ultrapassadas (por exemplo: “Claro que sei que estamos casados há 20 anos! Mas quero o divórcio de qualquer jeito!”). Finalmente, quando são de nível 3, elas significam ameaças sérias à nossa própria vida (por exemplo: “Sinto muito ter de dizer, mas o que você tem é grave e vamos ter de operar imediatamente!”) Em tais situações, pessimistas, otimistas e realistas tendem a reagir de maneira diferente entre si, assim como tendem a adotar comportamentos que vão se alterando, em termos da tensão ou calma envolvida, ao longo do tempo, à medida que se aproxima o desfecho da situação de não decisão.
E aí, qual a sua escolha?
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